O secretário de Estado do Cinema Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, Garantiu hoje que “a solução para o problema” dos media “não pode estar no Estado, tem de estar nos próprios grupos de comunicação e nos jornalistas”.
O secretário de Estado, que marcou presença na sessão de abertura da Conferência sobre Financiamento dos Media, organizada pelo Sindicato dos Jornalistas, dirigiu-se aos jornalistas, mas também à sociedade que deve ter um papel ativo na defesa do “bom jornalismo”.
Nuno Artur Silva refere, no entanto, a importância do papel do Estado para a defesa dos órgãos de comunicação social de forma indireta. “O papel do Estado é absolutamente essencial para poder apoiar, não de forma direta, mas de forma indireta, com tudo o que estiver ao seu alcance, sem qualquer suspeita de intervenção nos conteúdos dos mesmos meios”, salientou o governante.
A democracia não sobrevive na ausência de jornalismo
Nuno Artur Silva
Nuno Artur Silva referiu, por exemplo, a importância do Estado em promover campanhas de sensibilização dos cidadãos para o papel crucial do jornalismo na defesa da Democracia.
“O centro de tudo, é importante não esquecer, são sempre os cidadãos. É por isso que a chave do problema está sempre na sensibilização dos cidadãos para a importância que uma sociedade informada tem”.
O jornalismo é apontado pelo secretário de Estado do Cinema Audiovisual e Media como crucial no escrutínio do poder. “Os OCS têm esta responsabilidade expressiva no contrato social: garantir que sobre o poder existe um foco de luz permanente. Essa luz é a do jornalismo e da sua indagação da verdade”.
Nuno Artur Silva reforça a mensagem quando afirma que “a democracia não sobrevive na ausência de jornalismo, de bom jornalismo. E não sobrevive na ausência de debate, de compromissos alargados e de consensos sobre o papel do jornalismo na sociedade”.
Deixando a garantia que o Governo vai projetar este debate para lá da conferência, Nuno Artur Silva começou por afirmar que “não há uma solução para os media, há múltiplas soluções para os media”.
A posição do secretário de Estado é que “os órgãos de comunicação social têm de ter a iniciativa de as procurar (soluções), de as propor, de as adequar ao seu caso. Mas mais do que os órgãos de comunicação social, são os próprios jornalistas que os devem fazer, perceber e refletir sobre se os modelos que os OCS atuais têm, de gestão, de desenvolvimento de conteúdos, o seu próprio desenho de conteúdos, são os modelos adequados para as respostas de futuro”.
E, reforça, “uma coisa são os OCS, outra são os jornalistas e a discussão tem de ser feita nestes dois patamares”.
A conferência “Financiamento dos Media” decorre na Cidadela de Cascais nos dias 2 e 3 de dezembro de 2019.